Saudações!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Memórias de um velho contador de histórias



Quando eu era criança ...
Ah... lembro-me perfeitamente das brincadeiras, das sapequices, das brigas, dos sermões... Aliás, quando era para brigar, meu pai chegava e batia, para depois perguntar o que realmente havia acontecido. Éramos em seis irmãos. Nossa casa era feita de uma madeira velha e debaixo dela tinha um espaço que quanto mais se adentrava, mais apertado ficava. Meu irmão mais novo, sapeca, conseguia ir tão para dentro que ninguém o conseguia pegar. Quando meu pai estava bravo com ele, o danado se escondia Lá e ficava, ficava e ficava... brincando com os pintinhos que papai criava.
Quando fiquei mais velho, dei-me conta de que no vizinho havia vários pés de árvores com frutas gigantes. Então, um dia eu e meus amigos combinamos de pular o muro e pegar algumas frutas. Fomos em três: o primeiro ficou no muro, o segundo na escada, vendo se vinha alguém; e eu... Advinha? Subi na árvore! E me dei mal... Até chegar lá, tive que passar por uma poça de lama, e sujei todo o meu tênis. Quando ia chegando na árvore, ouvi meus amigos gritando e correndo. Era o seu Antonio, meu vizinho, com uma espingarda na mão. Meu Deus!!! Nunca corri tanto em minha vida! Lembro-me que quando cheguei em casa, ainda apanhei de meu pai por ter sujado meu tênis novo.
Recordo-me também do jardim que minha mãe tanto cuidava... do galinheiro de meu pai que não deixava um dia sequer de ir lá cuidar de suas preciosas galinhas... de ter que andar quilômetros para ir à escola, daquele sol... que todos os dias era meu único companheiro naquela longa e vazia estrada. Ia conversando com ele, contando minhas angústias e meus momentos felizes...
Enfim ,estas  são memórias de um velho que adora contar histórias...
Texto baseado nas memórias de Itamar de Oliveira.
Heloisa de Oliveira-802

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