Quando eu era
criança ...
Ah...
lembro-me perfeitamente das brincadeiras, das sapequices, das brigas, dos
sermões... Aliás, quando era para brigar, meu pai chegava e batia, para depois
perguntar o que realmente havia acontecido. Éramos em seis irmãos. Nossa casa
era feita de uma madeira velha e debaixo dela tinha um espaço que quanto mais
se adentrava, mais apertado ficava. Meu irmão mais novo, sapeca, conseguia ir
tão para dentro que ninguém o conseguia pegar. Quando meu pai estava bravo com
ele, o danado se escondia Lá e ficava, ficava e ficava... brincando com os
pintinhos que papai criava.
Quando fiquei
mais velho, dei-me conta de que no vizinho havia vários pés de árvores com
frutas gigantes. Então, um dia eu e meus amigos combinamos de pular o muro e
pegar algumas frutas. Fomos em três: o primeiro ficou no muro, o segundo na
escada, vendo se vinha alguém; e eu... Advinha? Subi na árvore! E me dei mal...
Até chegar lá, tive que passar por uma poça de lama, e sujei todo o meu tênis.
Quando ia chegando na árvore, ouvi meus amigos gritando e correndo. Era o seu
Antonio, meu vizinho, com uma espingarda na mão. Meu Deus!!! Nunca corri tanto
em minha vida! Lembro-me que quando cheguei em casa, ainda apanhei de meu pai
por ter sujado meu tênis novo.
Recordo-me
também do jardim que minha mãe tanto cuidava... do galinheiro de meu pai que
não deixava um dia sequer de ir lá cuidar de suas preciosas galinhas... de ter
que andar quilômetros para ir à escola, daquele sol... que todos os dias era
meu único companheiro naquela longa e vazia estrada. Ia conversando com ele,
contando minhas angústias e meus momentos felizes...
Enfim ,estas são memórias de um velho que adora contar
histórias...
Texto baseado nas memórias de
Itamar de Oliveira.
Heloisa de Oliveira-802
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